Fazenda Palmeira

Fazenda Palmeira

Localizada em Santa Mariana, no Norte Pioneiro do Paraná, Cornélia e seu marido Norbert cultivam sua lavoura familiar desde a década de 80, quando a propriedade foi dividida entre os irmãos.

Apesar de não ter muita altitude, apenas 480 metros acima do nível do mar, conseguem produzir excelentes cafés. “Como estamos na altura do Trópico de Capricórnio conseguimos fazer cafés especiais mesmo com pouca altitude. O cafezal está a 480 metros,mas nós temos latitude. Esse fato traz uma doçura bem presente nos cafés do Norte Pioneiro do Paraná ", diz Cornélia.

Este café é da variedade Arara, e passou pelo processo cereja descascada/honey, ficou 3 dias secando em terreiro e foi finalizado em secadores rotativos mecânicos, para garantir maior qualidade no processo. Possui notas intensas de chocolate com percentual de cacau maior, caramelo e frescor de fruta cítrica, como a mexerica, além de um corpo alto.

A variedade

Essa variedade é proveniente do cruzamento natural entre as variedades Obatã e Catuaí Amarelo, após muita pesquisa. Ele foi selecionado pela primeira vez no Paraná, no fim da década de 80.

E já no início dos anos 2000, houve um aumento no interesse de pesquisadores pela variedade Arara. Ele passou a ser mais estudado e incluído em processos de melhoramento do cafeeiro, em instituições como a Fundação Procafé.

Além disso, a alta resistência natural à ferrugem do cafeeiro, a maturação tardia e o alto potencial produtivo também são relevantes. 

O café Arara apresenta uma especificidade do surgimento de flores (que geram frutos) em ramos mais velhos.

Isso acaba contribuindo para aumento de produção, apresentando um potencial mais alto que outras variedades, tendo reportes de até 35% de aumento em comparação ao Catuaí.

História

Em 1922 Max Wirth, um industrial suíço, vendeu a tecelagem e imigrou para o Brasil com seus 7 filhos. Ele se estabeleceu no interior do Estado de São Paulo, perto de Lins, já com a ideia de plantar café. 

Em 1942 ele adquiriu uma gleba de 2500 hectares no município de Santa Mariana, norte do Paraná, pois ouviu que as terras roxas eram muito férteis. Logo no início,  transformou uma parte das matas em lavouras de algodão com o objetivo de plantar café na sequência.

Ao longo dos anos, carpinteiros e marceneiros suíços construíram as instalações para secagem, beneficiamento e armazenamento de café. Em 1970 a propriedade foi dividida entre os filhos Peter e Emil Wirth o que deu origem às Fazendas Palmeira e Fazenda Figueira.

Em 1987, Cornélia e seu marido Norbert assumiram a administração da fazenda e em 1990 se mudaram.  Hoje, nos 1200 hectares da Fazenda Palmeira eles produzem café, soja, milho, aveia e abacate, criam gado Nelore e 21% da área é composta por matas nativas preservadas. A fazenda continua sendo administrada pela família, já na terceira geração.

Os 180 hectares de café situam-se numa altitude de 480 metros e latitude de 23,1 graus, próximo ao Trópico de Capricórnio, o que possibilita a produção de cafés especiais.

A busca constante por melhora da qualidade, eficiência na gestão e aumento de produtividade, levou à conquista de boas colocações em concursos de café (entre os finalistas da Ficafé) e certificações.

São membros da Acenpp (Associação e Cooperativa de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná). Dentro desta busca, contam com a assistência técnica de um especialista em café. Plantam espécies com maturações diferentes para poder otimizar ao máximo a colheita: Tupi, Catuaí vermelho e amarelo, vários IPRs e Arara. A colheita é parcialmente mecanizada e nas lavouras mais novas é manual.

A fazenda recebe grupos de turistas e escolas interessados em conhecer e vivenciar a produção de café, dentro da proposta de turismo de experiência.

 

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